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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

O Espelho dos Seis Tempos

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Para C.C.P.: "Espelho, Espelho meu, há, nesse momento, seres mais felizes do que nós??" Nós mal havíamos nos conhecido, e já havia empatia entre nós. Eu trabalhava já há algum tempo no setor depressivo-burocrático de Compras de uma empresa privada, em Uberlândia. Quando a vi, à qual chamo aqui de C. C. P., pensei: "Enfim, alguém para me tirar a paz!" Mas, não estava dizendo de uma suposta chatice de conviver com ela, e sim da aventura que seria me degladiar todos os dias com aqueles olhos amendoados. Ainda não havia me dado conta disso, mas já me via a menos de um metro dela. Certa vez, o Osvaldo, meu supervisor, me "acordou":  - Lúcio, para de babar!! Conforme-se, ela está onde você não pode alcançá-la!! E o João, do setor de Promoção, anda ainda por perto... Ao que eu dei de ombros:  - Admirar não tira pedaços, até onde eu saiba!! Osvaldo é um cara chato. Sua função é fiscalizar. Nasceu para isso: cobrar, cobrar e cobrar!! Diversão não pode, i

Devora-me!!

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O Destino é uma Fênix, gestada no Coração e parida, aos gritos, pela Vontade.  (Ebrael Shaddai) Olhou no alto de uma árvore o homem com olhar em chamas azuis, e encontrou, num dos buracos do tronco oco, um ninho de corujas. Havia um ovo apenas dentro dele. Não, desta vez não vou comê-lo, a despeito do que gostava de fazer quando eu era mais jovem - disse para si mesmo. Quero muito, mas não vou fazer isso!! Desidério era seu nome de Batismo. Desidério Valente. Sua mãe que, antes de tê-lo era estéril, foi quem lhe pôs esse nome, sugerido em um de seus sonhos em meio à gestação. Desidério vem da palavra em latim para "desejo". Fez jus ao nome escolhido já precocemente, desde o ventre, nascendo prematuro, dizem que motivado pela ânsia de sua mãe por um filho. Sua mãe se chamava Melissa, e seu pai, Frutuoso. Viviam os três em uma terra arrendada à criação de ovelhas, das quais aproveitavam a carne e a lã, no interior do Rio Grande do Sul. Desidério, desde jovem foi um homem

Um Beijo no Escuro e um Texto-Enigma

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No diHiTT, tenho amigos incríveis!! Todo mundo, falando de tanta coisa... Hoje, me deu vontade de fazer (ou tentar) o que o João, o Poeta dos Perfis , anda fazendo com maestria. Mas, antes de estrear meu primeiro texto-enigma, e propô-lo à resolução dos amigos, vou interpor um outro texto de um curso de inglês que tive, que aqui traduzi para todos: Um Beijo no Escuro (A Kiss in the Dark) Em um compartimento de um trem que viajava pela Inglaterra, há muitos anos atrás, sentaram-se um sargento do Exército, um jovem soldado, um velha senhora e uma linda mulher. O trem entrara en um túnel e, por quase um minuto, tudo era breu, escuridão total. Então, as quatro pessoas no compartimento, ouviram um beijo estridente e, imediatamente após o som, um violento tapa. Quando o trem saiu do túnel, eles todos se entreolharam, mas ninguém disse palavra. Eles continuaram viajando em perfeito silêncio "Que boa garota!!", pensou a velha senhora, olhando para a jovem mulher. "Ela r

Estela e o Escarnecedor

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Há tempos, há muito tempo mesmo que escrevo sobre o Tempo. Este é uma tema recorrente. em meio aos personagens com quem brindo alguns goles de Inspiração. Sempre bebi desse cálice com moderação. Mas nesta tarde, bafejado pelos calores desse verão tórrido, eu passei da conta. Deitei no meu sofá, com dois ventiladores tentando cumprir a missão impossível de aplacar o calor que fazia dentro de casa. Sem nada o que fazer em plena folga, fixei meu olhar no teto , com uma música chamada Cathar Rhythm ao fundo. Depois de alguns minutos (eu acho), vi-me defronte a um córrego que há nos fundos da minha rua, sentado em um banco rústico de madeira, açoitado pelo vento. Estava sonhando?? Prestava atenção à água correndo, e o tempo passando. O tempo passava, mas não sentia que as coisas ao meu redor se modificavam. Foi quando vi objetos em minha mão que logo associei ao Tempo, ou à nossa percepção de movimento do Tempo. Na mão esquerda, havia um carrinho de madeira artesanal, e na dire

Incógnita

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Senta-te à beira da cama! Sacode a coberta empoeirada! Olhe para a estrada curva, Visualiza a soleira sem sandálias!! O olhar sobre o nada É o mais fértil adubo Para a indecisão primeva !! Deus olha- se no espelho, Ama-se a si mesmo e, Num vácuo cardíaco, Explode num Amor sem direção . O coração é grande, E teu coração o é mais bravio; Teu sonho é tênue , Mas tuas mãos, calejadas, Dão formas às ceras das colméias . Tua boca saliva Ante ao chá com frutas, Sobre a mesa posto, Balbuciando sonetos ao Mar. Instado pela meia-noite, Tua língua move-se Por uma tal maresia; Tua pele, Ainda seca pela ansiedade, Aspira por um novo Sol, Ressente-se por uma Vestimenta incógnita... Apague a lâmpada da sala, Ebrael !! Feche a porta dos olhos, Poeta!! Comece o concerto dos sonhos, Encontre a face do Mar, Para ti Incógnita.